Só comecei a assistir Barry nesse ano, mesmo com todas as críticas positivas. Tentei quando a série estreou pela HBO, mas não gostei no primeiro momento. Deixe-a no canto e há algumas semanas resolvi dar uma nova chance: maratonei em trinta dias as três temporadas disponíveis.
Agora, na estreia da quarta e última temporada, Barry está completando a trajetória do personagem-título, um ex-fuzileiro que combateu na guerra do Afeganistão e, como muitos soldados, é marcado por traumas do conflito – mas também por outros relativos à sua infância que os primeiros episódios dessa nova temporada estão revelando.
Não se engane, contudo, ao pensar que a série perdeu algum lado cômico.
Pelo contrário: Bill Hader, ainda que seu personagem agora viva um arco mais sério, continua tendo o timing do humor que se manifesta por meio de um diálogo, de uma expressão facial ou mesmo na sua atuação como diretor dos episódios, construindo quadros que tornam a linguagem da série bastante peculiar (o final do terceiro episódio, exibido nesta semana, é mais um claro exemplar dessa habilidade).
E ao mesmo tempo respeita o amadurecimento dos personagens sem deixar que esse tom sério se sobressaia em relação ao humor. Foram três episódios exibidos que dão esperança de que a série irá terminar em sua melhor forma.
Texto originalmente publicado na newsletter Sob a Minha Lente (link)