Não sou daqueles fãs de Star Wars que conseguem acompanhar tudo o que sai. Mesmo antes da Disney+, as séries animadas e todos os outros formatos que foram expandindo a história. Já no universo do streaming, tentei assistir The Mandalorian até onde a paciência permitiu. Das séries recentes, Andor foi a única mesmo eficiente para mim que soube misturar bem política e ação como os filmes de Star Wars fizeram – além de conter personagens complexos, com causas e que nos importavam enquanto assistíamos.
Ahsoka, a mais recente produção da Disney+ criada por Dave Filoni (responsável pelas animações The Clone Wars e Star Wars Rebels), expande justamente as histórias dessas duas produções mencionadas. A trama acompanha a mestre Jedi Ahsoka Tano (Rosario Dawson) em sua jornada de salvar a recém-inaugurada Nova República uma vez que o Império sucumbiu.
Mesmo tentando explicar determinados acontecimentos e origens dos personagems, para aqueles que não assistiram nenhuma das animações, Ahsoka pode deixar os espectadores mais novatos um pouco perdidos. Foi o meu caso: minha impressão é que existe uma trama que eu não conheço por trás — e a série trata como mistério mas que, no final, não é tão misterioso assim para quem já viu as séries animadas.
A personagem-título vivida por Rosario Dawson impõe um certo fascínio, assim como o antagonista Baylan Skoll (Ray Stevenson, que faleceu recentemente). Os dróides, mais uma vez, também capturam nossa imaginação. Outros personagens ainda será necessário dar mais tempo, casos da mandaloriana Sabine Wren (Natasha Liu Bordizzo), antiga Aprendiz de Ahsoka, e a Aprendiz de Baylan, Shin Hati.
A nova série da Disney+ até pode ter começado meio devagar nos dois episódios iniciais que abrem a temporada, mas a esperança é que a história tem potencial para crescer à medida que a Nova República vai desvendando ainda os focos de resistência e apoio ao Império. Há boas sequências de ação em ambos os capítulos, principalmente no segundo em um duelo entre Ahsoka e um droide com sabre de luz que lembra o de Darth Maul.
Aliás, falando em Darth Maul, considerando a sua origem darthomiriana, é possível que Ahsoka também aprofunde na história dessa linhagem — até pela ligação de Morgan Elsbeth com esse antepassado (Diana Lee Inosanto) e sua relevância apontada nesses episódios iniciais.
Há outras conexões com personagens históricos do universo Star Wars e que a série deverá abordar em algum momento. Por isso dá para aguardar muitas aparições surpresas nos próximos capítulos. Talvez este seja um dos motivos principais para continuar assistindo.
Texto originalmente publicado na newsletter Sob a Minha Lente (link)