Já faz quase duas semanas que Martin Scorsese, aos 80 anos, lançou o seu recente filme Assassinos da Lua das Flores (leia aqui a resenha), um épico de mais de 3h que faz jus à trágica história dos Osage mas também ao cinema clássico que ele tanto é apaixonado.
Em tempos de franquias e grandes produções que se dividem em duas partes para ter mais bilheteria, Scorsese é um dos poucos diretores capaz de levar um grande público aos cinemas em razão do seu nome. E para surpresa de muita gente: não é uma audiência velha.
Os dados divulgados nas primeiras semanas de exibição de Assassinos da Lua das Flores revelam que o público majoritário nas salas esteve entre 18 e 34 anos.
Isso me faz refletir sobre a lacuna no mercado cinematográfico hoje, preenchida somente em anos com filmes de um Martin Scorsese, Michael Mann (Ferrari), Christopher Nolan (Oppenheimer), Ava DuVernay (Origin) ou David Fincher (O Assassino). Para nossa alegria todos esses grandes artistas lançam novos trabalhos nesse ano.
Nessa era da informação, de tudo entregue rápido e mastigado, diretores como os citados acima trazem filmes que nos provocam a desacelerar um pouco, mas também a pensar e refletir sobre o que assiste. Somente assim uma plateia é conscientizada, não é mesmo? E desenvolve pensamento crítico sobre o que está à nossa volta.
Nada contra filmes da Marvel ou DC, mas não consigo me reconhecer ali. Acompanhando as mais variadas participações de Scorsese em diversos programas nas últimas semanas divulgando seu novo filme, me fez perceber o quanto é bom ter ainda alguém como ele causando esse tipo de burburinho.
E encontrando uma nova audiência interessada em seu filme que, com certeza, fará com que se procure o restante da sua obra. E vai descobrir filmes tão lindos e profundos quanto Assassinos da Lua das Flores.
Texto originalmente publicado na newsletter Sob a Minha Lente (link)